Esse texto foi uma fala que fiz no culto ecumênco em ação de graças pela conclusão do curso de Pedagogia em 08/02/2019
A METAMORFOSE PEDAGÓGICA
Por: Sandra Conceição Gomes de Alencar
Monteiro
Sinto-me honrada em ter a oportunidade de falar sobre
minhas colegas de turma. Estamos aqui hoje para celebrar o final de um ciclo
muito importante em nossas vidas, nossa formação acadêmica. Porém também marca
o começo de uma nova etapa em nossas
vidas.
No ano de 2015 chegamos a
UEMS para iniciar nosso curso, cheias de expectativas, incertezas, dúvidas e muitos
sonhos... Ao longo desses quatro anos, tivemos muitos altos e baixos, risos,
lágrimas, vontade de desistir... Em meio a tudo isso, tivemos grandes companheiras de jornada, nossas colegas de
turma, pessoas que nos deram muitos motivos pra ficar e enfrentar nossos medos. Quantas vezes enxugaram nossas lágrimas, nos
ajudaram em momentos difíceis, estiveram presentes e torcendo por nós em vários
momentos. Fomos colegas, amigas e até irmãs.
Ao escrever minha fala para
esta noite, pensei em muitos momentos significativos e que poderiam ser
relembrados, pensei em cada uma e em suas características. Contudo, acredito
que isso levaria muito tempo e seria
injusto, já que em poucas palavras é impossível definir todas vocês e tudo que
dividimos nesses quatro anos.
Pensei em citações de grandes autores que poderiam
ilustrar esse momento. Porém, encontrei no processo de metamorfose da borboleta
a descrição perfeita para a experiência por nós vivida.
Falando em borboletas,
sabemos que seu ciclo de vida embora curto está dividido em quatro estágios, e
em cada estágio, a forma, o habitat e o comportamento podem variar tanto que
poderíamos dizer que não se trata do mesmo individuo devido as extremas
mudanças ocorridas. Nesse processo, do ovo nasce a lagarta. Podemos dizer que
esse seria o nosso estágio enquanto
acadêmicas do primeiro ano de curso. Despertamos para o novo mundo que a universidade nos apresentou.
O próximo estágio, o de
lagarta, é o período em que a larva
alimentasse de folhas o tempo todo. Em nós, analogicamente nesse
sentido, bebemos do saber dos nossos mestres e dos teóricos que nos são
apresentados. O próximo passo é o que a lagarta passa ao estágio de crisálida,
e em que toda a transformação ocorre. Não é
possível encontrar casulos prontos. Para se
transformar em borboleta a lagarta tem que “construir” seu próprio casulo, que culminará com o despertar de uma linda
borboleta. Enquanto acadêmicas, vivemos nosso estágio de crisálidas quando
nossas reflexões e aprendizados nos levam a grandes mudanças interiores, também
no período em que estamos construindo nosso trabalho de conclusão de curso,
nossas pesquisas e principalmente quando construímos a nossa identidade profissional,
e para que isso ocorra, é preciso passar por essa metamorfose. No entanto, aproveitar a
jornada pode ser mais importante do que chegar ao ponto final, pois durante
esse caminho nos conhecemos melhor.
Não existem
borboletas sem esta metamorfose. Da mesma maneira não existe crescimento
intelectual sem esforço, dedicação e muito estudo. Ocorrem grandes mudanças
para que a lagarta se torne borboleta,
porém, somente ela pode romper a crisálida em um esforço que pode durar longas
horas, e exigir grande esforço. Rompida de outra maneira sem o empenho da
borboleta, esta não terá forças para voar, suas asas serão frágeis e impróprias
para o voo, pois, o processo de amadurecimento é imprescindível para o sucesso
dessa transformação, só assim, o despertar da borboleta para o mundo acontece. Assim também somos nós seres humanos,
as grandes transformações só acontecem quando nos empenhamos e buscamos
nos aprimorar. Quando acreditamos que aquilo realmente é o que nós queremos.
Não é a toa que o casulo pressupõe um isolamento. É preciso ter coragem para olhar para dentro e
reconhecer-se, passar por um período de maturação . Contudo, uma hora é preciso
abandonar o casulo. Nesse sentido, todo esforço que fizermos nos levará ao
rompimento da ignorância e ao desabrochar de uma pedagoga pronta a alçar voos cada vez maiores.
Queridas
colegas, muitas lutas nos esperam, mas,
tenhamos sempre em nós essa força que nos trouxe até aqui e que agora nos leva
a seguir caminhos diferentes. A “saudade de todos e a esperança de um breve
reencontro estarão sempre em nossos corações”. Levaremos em nossas memórias
todos os momentos vividos nesses quatro anos. Assim como as borboletas que
sejamos não apenas um voo solitário, mas, que possamos impulsionar muitos
outros voos e ainda encher de beleza e cor esse jardim chamado educação.
A todas vocês meu muito
obrigado por serem minhas companheiras nessa trajetória, sucesso a todas.